Por Nedson Ferreira Alves Junior*
O que vem mudando no formato das provas de Concurso e OAB?
A atual geração dos estudantes e concurseiros enfrentam um tipo de prova que a pouco tempo a trás não se via. Basta usarmos como paradigma o ano de 2008 para cá, quando a CESPE assumiu o pioneirismo no exame unificado da OAB.
O avanço nos estudos, face a existência de grande número de Universidades, Cursinhos Preparatórios, modernização nas didáticas de aula e facilitação no acesso a doutrinas e outras fontes de informação, fez das provas uma caixa de pandora.
É de tradição o ensino jurídico ser dogmático e isso reflete diretamente no espartilho metodológico das provas, inclusive no exame de proficiência e nos concursos. E quando digo sobre a forma da questão, refiro-me a sua estrutura orgânica, saindo de perguntas conceituais e partindo para situações de problematização. Quem nunca respondeu uma questão da CESPE que as alternativas pareciam todas corretas ou todas incorretas?
Pois bem. Esse tipo de metodologia não é uma fórmula ardil contra o examinado. Ao contrário, é o que há de mais moderno em termos de elaboração de avaliações, máxime as objetivas. Esse formato chama-se Teoria de Resposta ao Item – TRI. O TRI consiste o seguinte: o enunciado é uma problematização ao invés de uma pergunta dogmática. As respostas no TRI são todas corretas ou incorretas, em grande parte das vezes possui o mesmo número de linhas e a frase termina quase que no mesmo alinhamento.
São por essas razões que os candidatos acreditam que esse tipo de formato de questão é “pega” e ficam procurando erros onde não existem. No TRI não existirá truques ou “pegadinhas” para induzir o candidato ao erro. A proposta do TRI é de fazer o candidato assimilar o problema com o melhor resultado proposto.
Esse melhor resultado proposto (nas próprias alternativas) consistirá na resposta correta. Para facilitar ainda mais a compreensão, basta lembrar que em situações como essas haverá apenas uma alternativa que melhor completará o enunciado.
Por isso, fique atento no enunciado da questão e veja exatamente o que ele exige. Para tanto, exercite a sua capacidade de interpretação e abstração de resultados. A título de exemplo, veja uma questão por mim elaborada para avaliação em Processo Civil:
Observe que todos os princípios processuais estão corretos, mas somente a alternativa “b” é a que explica a figura.
Esse tipo de questão é amplamente utilizado no ENADE (exame nacional do desempenho dos estudantes) e certamente permanecerá presente nos concursos e OAB da vida.
Lembrem-se: só os fortes estão preparados. E esses fortes são vocês!
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