Em protesto contra as injustiças do X Exame, candidato faz greve de fome em frente à sede do Conselho Federal da OAB.
Acampado em frente ao Conselho Federal da Ordem, em Brasília, Antônio Gilberto da Silva protesta contra os erros cometidos na correção das provas da segunda fase do X Exame da OAB.
O jejum teve início após o Conselho Federal da OAB decidir manter o gabarito do X Exame de Ordem. Na reunião realizada na última segunda-feira (5/8/13), o presidente do Conselho Federal decidiu que o gabarito oficial do exame não seria mudado.
Na ocasião, representantes de direito penal, administrativo, empresarial, do trabalho e constitucional protestaram em frente ao conselho solicitando a anulação de questões e a distribuição entre todos os candidatos das notas referentes aos itens suprimidos.
As primeiras reclamações dos examinandos surgiram após a OAB anular duas questões da prova de direito civil e ceder dois pontos a todos os que prestaram exame para área. De acordo com os estudantes das demais áreas, a anulação feriu o princípio de isonomia entre os candidatos, estabelecido no edital do exame.

Antônio Gilberto prestou exame para direito trabalhista. Ele reclama da falta de informações no enunciado da peça prático-profissional, comprometendo a resposta da questão, que vale cinco pontos. “Não faço isso (a greve de fome) só por mim, mas por todos os jovens que eu vi chorando aqui na segunda-feira, que foram reprovados por causa de erros na correção das provas. Ou a OAB reconhece que errou, ou eu morro aqui”, diz o candidato, que está desde as 6h da manhã de terça-feira (6/8) se alimentando apenas à base de água mineral e água de coco.“Até os recursos que nós protocolamos são respondidos com respostas eletrônicas da FGV. Parece que não houve avaliação, e, sim, uma fraude nesse exame. O interesse da ordem é de que tanta gente seja reprovada só para poder arrecadar dinheiro com as nossas provas”, acusa.
Esta não é a primeira greve de fome de Antônio Gilberto. Ele já acampou na porta da Assembléia Legislativa de São Paulo em greve de fome por 22 dias e também na porta do STF por mais 27 dias, sendo que nos último 6 dias foi acorrentado, junto com alguns outros companheiros, também em greve de fome, sendo recebidos então finalmente pela então Ministra Ellen Graice.
Neste momento a voz de Antônio embarga novamente, pois se lembrou que a OAB, à época, prestou-lhe solidariedade, inclusive com a visita de vários conselheiros e apoio a sua causa.
“Não sou contra a OAB, não sou contra o Exame de Ordem, só quero uma correção justa. E só saio daqui com ela ou morto. Não estou preocupado comigo, e sim com esses jovens. É uma missão de Deus para mim e vou até o fim.” – disse Antônio Gilberto.
A todo momento chegam doações de colchonetes, água e refrescos de outros candidatos que se solidarizam com a greve de fome de Antônio. “Ele é um exemplo de que, se estivesse tudo bem com o exame da ordem, não haveria tanta gente reivindicando”, comenta a candidata Eliane Lucero, 53 anos, que fez prova para direito empresarial.Sobre a greve de fome, o coordenador nacional do exame, Leonardo Avelino, aconselhou o candidato a estudar. “Se eu tivesse que conversar com ele, o aconselharia a estudar. Ele tem todas as chances do mundo de passar, é só tentar outra vez”, comentou.
Manifestações e protestos em Brasilia contra o X Exame da OAB Diversos candidatos protestaram contra o gabarito da prova de penal da 2ª fase do X Exame de Ordem. As manifestações repercutiram na mídia. Confira matérias publicadas:
- Candidatos fazem protesto contra prova da OAB em Brasília
- Candidatos protestam contra o 10º exame da OAB nesta segunda-feira
- Bacharéis em Direito denunciam irregularidades no exame da OAB
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