Estava pensando em escrever sobre outros temas para a coluna de hoje, mas os fatos recentes envolvendo o tema com os refugiados na Europa me fizeram refletir um pouco. O ponto crucial que gerou comoção no mundo foi a imagem da criança síria de três anos que morreu, há uma semana, afogada no mar da Turquia:

Talvez essa seja a maior crise imigratória desde o fim da segunda guerra mundial, no entanto os o motivos são outros – naquele período estávamos no ápice da “Grande Guerra” e hoje vemos que o “Estado Islâmico” tenta impor um genocídio na Síria e outras nações árabes.
Define a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados(1951), em seu artigo 1º o que é um refugiado:
“Art. 1º – Definição do termo “refugiado” A. Para os fins da presente Convenção, o termo “refugiado” se aplicará a qualquer pessoa:
2) Que, em conseqüência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em conseqüência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.”
Sabemos que o Brasil é um Estado totalmente aberto às questões inerentes aos Direitos Humanos, para tanto que o caput do artigo 5º da Constituição dá aos estrangeiros o mesmo amparo do que os brasileiros natos.
Ainda recebemos muitos (até mais dos que os Europeus) refugiados de locais que estão suportando essas condições sub-humanas nesses locais, como diz noticia do BBC Brasil: “Brasil acolhe mais sírios que países na rota europeia de refugiados”. (9 de setembro 2015)
Nesse aspecto somos um pais humanizado e com grande parte do povo atento às dificuldades de outros povos. O titulo chama atenção justamente para casos de xenofobia que alguns cometeram, num passado recente – e ainda cometem -, contra pessoas de outras nações, sobretudo para aquelas que vieram do Haiti.
Quantos vídeos divulgados na internet e varias noticias em portais de grande alcance, postagens em redes sociais e jornais impressos mostram um lado preconceituoso de muitas pessoas que hoje se sensibilizam com os sírios, mas que mudam radicalmente de posturas quando vêem á sua frente um haitiano ou alguém oriundo de países africanos, chegando inclusive, a agredir essas pessoas: “Vídeo mostra homem humilhando frentista haitiano” (6 de junho de 2015 ).

E é ai que faço a seguinte constatação “Quanto mais humanos, pior!”.
Algumas pessoas, infelizmente, têm se mostrado mais humanas, não sendo solidarias com o próximo, havendo o humanismo da palavra, mas sim mostrando sua faceta mais vil, nefasta, rancorosa para com aqueles que sequer têm culpa do que ocorre no país que escolheram para mudar de vida.