Em uma decisão inédita, a Justiça americana condenou a mãe de um adolescente que cumpre prisão perpétua pelo assassinato de quatro alunos de uma escola.
“Eu achava que conhecia bem meu filho. Eu confiava nele. Preferiria que ele tivesse nos matado”, disse Jeniffer Crumbley ao tribunal.
Foi em 2021. O adolescente tinha então 15 anos. Matou quatro colegas e feriu sete com uma pistola que foi presente dos seus pais. A investigação foi atrás dos detalhes. Analisaram mensagens nas quais o garoto diz que a casa está assombrada por demônios. Nos diários, ele escreveu que pediu para os pais uma consulta com um psicólogo e não foi ouvido.
Os promotores analisaram mensagens que os pais mandaram para amigos. Ela levou o rapaz a um estande de tiro poucos dias antes do massacre. Se defendeu dizendo que quem sabia mais de armas era seu marido, mas a peça-chave no processo foi a reunião que ela teve com a escola no dia do massacre.
A mãe foi chamada na escola porque o filho tinha escrito assim no livro de matemática: “Sangue por toda parte”. Foi alertada que poderia haver ali algum distúrbio, mas não levou o rapaz para casa e ninguém parou para olhar a mochila dele onde já estava a pistola que mataria quatro colegas duas horas depois.
O casal fugiu de casa depois do massacre. Os dois foram presos dias depois, na capital do estado. Nesta terça-feira (6), a mãe saiu do tribunal condenada e algemada. A pena será divulgada em abril. Ela pode pegar até 15 anos de prisão por homicídio culposo involuntário. O filho já tinha se declarado culpado e pegou prisão perpétua.
O próximo a ser julgado será o pai, James Crumbley, de 47 anos, em março.
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